terça-feira, 19 de outubro de 2010

E agora?

Hm... E agora?
Preciso saber responder?
A resposta será realmente útil?
A resposta não será uma nova pergunta?
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Hoje pensei sobre o meu último texto: alguns chamaram de poesia.
Não importa como você chame, não posso deixar de criticar a enorme confusão que fiz.
Pode tudo aquilo ter ficado bonito, mostre para seus amigos se assim você pensa, mas eu devo criticá-lo.
Confundi, e peço desculpas pela confusão, a palavra "felicidade" com a palavra "equilíbrio".
O equilíbrio sim gera o tédio, a felicidade realmente não pode ser descrita e nem necessita descrições.
A literatura nunca conseguiu descrever a felicidade, mas já conseguir demonstrar como ela é.
Quanto ao equilíbrio, ele é estável. Estabilidade, sem mudanças.
Precisamos de um desequilíbrio, precisamos de instabilidades, incertezas, ou melhor, precisamos de dúvidas!
Precisamos chegar ao fim do dia, após pensar muito sobre determinada coisa e descobrir que não se chegou a conclusão alguma.
Precisamos chegar ao fim do dia e perguntar a nós mesmos: "E agora?".

Quanto a felicidade, não sei dizer se ela é realmente necessária a todo momento.
Precisamos de ambos: desequilíbrios bons, desequilíbrios terríveis.
Precisamos de sofrimentos, de felicidades.

Ora, antes de mais nada, precisamos acordar num sábado e não sabe exatamente o que fazer.
Pegar o carro e dirigir sem saber exatamente para onde.
Parar aonde você souber que tem um café. Sentar-se sozinho tomando aquele café amargo.
Sim, muito amargo, mas não mais amargo que a própria vida! 
E pensar na amargura da vida, não chegar a conclusões.
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Ora, realmente não faz sentido algum eu ficar listando tudo o que precisamos ou não precisamos.
Se vocês quiserem me criticar por estar generalizando, falando em 1ª pessoa do plural, critiquem-me.
Mas antes pensem que, se vocês não precisam disso, vocês vivem um equilíbrio, você talvez nem vivam!

Quanto a felicidade não tenho capacidade suficiente para julgar, vou deixar isso com Dostoiévski, o sábio, velho, e russo, que tanto admiro as idéias:

"Meu Deus! Um minuto inteiro de felicidade! Afinal, não basta isso para encher a vida inteira de um homem?..."
(Dostoiévski, F. M. (1848) Noites Brancas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eu não deveria estar feliz?

Ora, não deveria eu estar feliz?
Não está tudo como eu quis?
Talvez não...
Talvez esteja faltando uma...

NÃO! 
As coisas estão como eu quis.
Nada falta; nada excede.
Eu deveria estar feliz...

Mas não estou eu feliz?
Será isto a felicidade?
Será assim, tão sem graça?
Por isso que a literatura nunca soube descrevê-la?

Felicidade é não ter angústias?
Não ter medos?
Não ter dúvidas;
e não ter problemas?

Não, não quero isso.
Não quero ser feliz, se assim for!
Tragam minhas angústias novamente.

Eu sei que aqui elas estão.
Angústias vem e vão,
Todas em vão.

Carrego comigo qualquer outra angústia;
mas não me deixe assim, 
com a angústia de ser feliz.


M. H. Frote
14/10/2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

É tudo uma piada, no final todos riem!

Ora, ora, ora.
Conversando com amigo, sobre a vida, percebemos que tudo isso não passa de uma piada!
A piada mais engraçada que existe! E como demos risadas, cada um de suas piadas.
Depois um riu da piada do outro. E, assim, só rimos.

Geralmente se trata de uma piada forte, pesada.
Humor negro.
Ria de sua desgraça!
E piadas desgraçadas não são as melhores?

Nestes últimos dias passei por vários clímax da minha piada. Ri muito, posso garantir!
Poderia chorar, mas ri.
Poderia ser indiferente, mas ri, ri muito!
Deixe-me rir, deixe-me!

Deixe-me ser este idiota que sou!
A vida de idiota é "bela e sublime",
a vida de idiota é simplesmente idiota!
E o que fazer com isso senão rir?

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Ora, eis um trecho de algo incompleto que achei que valeria a pena transformar em versos, mas não sou o autor.
A autora, anônima, não quis assim. Achou ruim, vocês sabem, Síndrome de Gógol (estou inventando essa): a pessoa que escreve bem e resolve botar fogo no que escreveu.
Enfim, como não fósforos neste moderníssimo mundo digital, não houve fogo. E aqui está o trecho, sem alterações, original. Pensei em simplesmente roubar a idéia para mim, criar algo a mais.. mas não há como você inserir uma idéia já pronta em si mesmo, não seria capaz de assim fazer.
Chega de justificativas, se a autora quiser, ela se identificará.

"talvez eu tenha me limitado a ser apenas eu
sem interrogação para não me tornar uma dúvida
sem exclamações pra não demonstrar espanto ou admiração
sem vírgula porque eu não gosto de pausas 
e sem reticências porque eu um dia terei fim"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Agora que já não tenho calças...

...vamos ser sinceros:
O ser humano, além de ter problemas consigo mesmo, gosta de encontrar problemas nos outros.
Não se satisfazem com uma simples relação. Nesta deve aparecer qualidades, se não houver, deve aparecer defeitos. Se não houver qualidades nem defeitos, não há relação.
Não estou dizendo que as pessoas são perfeitas - já que não têm defeitos; - nem que são horríveis - já que não têm qualidades. Simplesmente estou revelando que estas são as primeiras coisas que as pessoas procuram nas outras.
Se definimos qualidades ou defeitos nos outros, é necessário que tenhamos uma referência, onde a qualidade seria o mais próximo da perfeição e os defeitos mais afastado.
E, amigos, essa referência é: o si-próprio.
Sim, sou perfeito e se você se distingue muito de mim, isto é um defeito seu!
E se você não está concordando com o que estou escrevendo aqui, saiba que isso se caracteriza como o maior de seus defeitos.

E assim você me diz:
-Mas você quer que olhemos os outros de que forma, senão considerando as qualidades e os defeitos?
Amigos, eu simplesmente respondo à vocês:
-Eu não sei, esqueça tudo que escrevi acima - eram mentiras.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pois tirem tudo, só não tirem o nada

Podem começar. Comecem agora, estou preparado!
Comecem a tirar as coisas de mim, tirem tudo o que tenho.
Não ligo.
Tirem minha casa. Tirem minha comida.
Tirem meu ar, tirem minhas poesias.
Tirem tudo, tirem minhas calças!!!
Mas pedirei apenas uma coisas a vocês:
só não tirem de mim o que eu não tenho.
Não tirem meus sonhos, nem minhas esperanças.
Jamais tirem de mim aqueles olhos em que eu me perco,
aqueles olhos que jamais me olharam.

São as coisas que eu não tenho que me mantém.
Quem não gosta da nostalgia?
O "foi bom", ou o "deve ser bom",
é muito melhor que o "é bom".
Não preciso de nada além do nada para viver.

Então, meus amigos, peço-lhes:
Por favor, tirem até minhas calças,
mas não tirem de mim o que não tenho.

Marcelo Henrique Frote - 28/09/10

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Perguntas e Respostas

Querer algo impossível?
ou não saber o que quer?

Descobrir algo desagradável?
ou ficar sem saber?

Perder?
ou desistir sem tentar?

Ir e voltar?
ou apenas ficar?

Temer e encarar?
ou abaixar a cabeça?

Falar e não ser compreendido?
ou morrer calado?

Pior do que ter perguntas sem respostas
é ter as respostas,
mas não saber o que fazer com elas.


Marcelo Henrique Frote - 23/09/2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Hora Não é Agora

Tive que correr bastante, mas consegui entrar naquele ônibus! Ainda bem, era justo no "horário de pico", quando os ônibus atrasam e demoram em média meia hora. Ora, sem falar que estão lotados neste horário. Enfim, embora ofegante, eu estava feliz por ter conseguido entrar naquele ônibus. Obviamente não consegui sentar, já que era um micro-ônibus - costumo chamá-lo de Besta. Sem problemas. Caso tivesse conseguido lugar para sentar não estaria contando esta história agora.
Posicionei-me no melhor lugar para me segurar e o ônibus partiu. Oh, como estava cansado desse dia chato que custou a passar e ainda não havia terminado. As casas e luzes que passavam pela janela não me chamavam a atenção, assim como as pessoas que estavam na rua ou em seus carros. Já que não havia atrativos externos, rendi-me aos internos: pensava nas coisas que eu fazia, nas coisas que deveria fazer e, finalmente, no que eu queria fazer. Claro que elas não coincidiam, eu fazia o que deveria fazer, não o que queria. O que eu queria eu não sabia bem ao certo, mas sabia que não era hora para aquilo. Um tempo atrás, quando eu queria fazer o que faço agora, disseram-me mesma coisa - não era hora para aquilo. Sim, desisti de querer aquilo e isso tornou-se o que eu devo fazer agora. Será que quando eu puder fazer o que quero agora já vou ter desistido disso? Provavelmente. A hora não é agora, e a hora nunca é agora, e John K. Samson estava correto ao escrever essas palavras em The Reasons - and the time is never now.
Após ter lembrado das palavras dessa música percebi que não havia muito o que eu pudesse fazer, apesar de querer. Então, logo que esses pensamentos desapareceram, olhei para frente e deparei com um rapaz, olhei em seus olhos e, no mesmo momento ele olhou fixamente nos meus. Também estava em pé, estava com uma camisa de flanela azul, mochila nas costas e fone de ouvidos. Sua face era instigante. Quando o vento fresco entrava pela janela, a franja em sua testa balançava lentamente. Os olhos eram negros e sérios. Ele estava mascando chicletes. Cada movimento do seu maxilar fazia com que sua pele se movesse. Eu podia sentir em meus dentes cada mascada que ele dava, assim como a pele do rosto se movendo. Não era mais a pele de um adolescente, já era possível ver que o tempo passou por ali. Ao mesmo tempo que os olhos mostravam o sofrimento que o tempo - o mesmo que enrugou um pouco a pele - deixou, mostravam também uma simpatia, um convite. Não me arrisco a descrever sua fisionomia, sei que não faria bem, nem mesmo Tolstoi faria. Em sua orelha esquerda havia um pequeno brinco de argola. Era um jovem! Fones de ouvido, argola na orelha esquerda, cabelo um pouco comprido com uma franja na testa, mochila nas costas. Ora, era mesmo um jovem. Sim, era. O tempo passou por ele, deixou problemas, sofrimentos, um pele diferente. O tempo exigiu dele uma postura, uma tomada de decisão, uma responsabilidade pelos atos. Em seus olhos eu poderia ver vários "devo fazer", e mais que isso, haviam muitos "quero fazer". Mas estes estavam presos por um "a hora não é agora" que, ao se misturar com uma sensação de angustia, tornava-se: "a hora nunca é agora". E aí formava-se todo um sofrimento complexo que se manifestava no rosto. O sentimento que tive quando o vi foi indescritível, Dostoiévski não saberia também descrever.
O rapaz me hipnotizou até o momento que o apito do ônibus soou: era meu ponto. Assim que deixei de olhá-lo nos olhos e virei, percebi que ele fez o mesmo. Desci do ônibus, senti o mesmo vento fresco que balançava a franja acima daqueles olhos, mas dessa vez ele movia a minha franja. Alisei-a para o lado, já que caia em meu olho direito. Senti-me triste por saber que nunca mais veria aquele rapaz que tanto me interessou e, assim, falei para mim mesmo: "Nunca mais o verei".
Segui o caminho até minha casa sendo vigiado por uma estrela solitária que não havia se escondido nas nuvens. Sabia que o rapaz do ônibus era meu reflexo no vidro, que realmente nunca mais o viria, e sabia que ele não existia. Queria revê-lo, mas não era hora para isso.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sabe a sensação de querer sair correndo?

... Então,
foi assim que tudo começou.
Começou ou terminou, não sei bem ao certo.
Tendo terminado deste modo não fica legal de contar.
Qual o sentido de começar pelo fim? Não há nem sentido nessa coisa aí de "começar do fim"...

Também, uma história, para ser dita, precisa necessariamente ser muito bem conhecida e esta não é conhecida por mim.
Sabe quando você sabe alguma coisa mas, na prática, você nem sabe se o que você está sabendo você realmente sabe ou não sabe?
Posso saber o que, mas nunca sei como...

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E aquele livro que não se fecha;
a palavra que sai muda;
a música que não tem refrão;

E no olhar tudo se cala.
Para ali ser dito o que realmente interessa.
Sem voz; sem medo.
O que nenhuma palavra pode dizer;
o que, por palavras, nunca seria dito.

E aquele pensamento: "deveria ter sido diferente!";
aquela despedida: "até logo";
e quando sabe-se que o logo é nunca mais.

E se não for, será como se tivesse sido.
Assim correrão dias;
e apenas "olás".
Assim nascerão sorrisos;
mas jamais olhares.

Porque é neles que estão a verdade.
Ver-se-á a luz;
mas para sempre os olhos estarão fechados.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

...

Tenho um amigo que a muito tempo atrás vivia falando:
"Você sabe, eu sei, então para que dizer?"
Tem coisa que nem falarei completamente, então.

Ah, ou melhor não falarei nada. Interpretem como quiserem, apenas:

"...entrei pela porta e vi aquela pessoa. A sala estava escura, não dava para ver seu rosto. Seus olhos eram negros, ou assim estavam por causa da escuridão. Eu não via detalhes, porém toda sua fisionomia estava em mim, em minha imaginação. Imaginei-a como eu queria e ela era perfeita. Não falei nada, palavras estragariam tudo! O silêncio era ótimo. Na realidade, não havia silêncio algum. Nossos olhos falavam, falavam alto, gritavam. Quando os meus gritavam, o som ecoava pela profundidade infinita dos olhos dela. E assim ficamos. Não sei se horas passaram, ou apenas minutos. Mas a eternidade poderia passar e eu não perceberia. Não ousei mexer um músculo, e ela estava como eu.
Infelizmente o homem nunca está satisfeito: eu queria mais; queria saber o que ela estava pensando. Nunca saberia, mesmo se ela ousasse falar. Ela não ousou.
Poderia passar mais algumas linhas descrevendo aquele momento - a perfeição nunca é perfeitamente descrita. Mas aquilo acabou, não me lembro exatamente como, mas acabou. Então estava eu num lugar completamente diferente, sentado. Em minha frente uma mesa fracamente iluminada por uma vela derretida até a metade. A iluminação era suficiente para enxergar isto - que estou escrevendo e que você está lendo agora. Fazia frio, também. Lá fora o vento era forte. Balançava minha janela. Balançava as árvores e derrubava a neve que estava acumulada nos galhos. Trazia também - com velocidade - novos flocos de neve - neve limpa - que clareava aquela que já estava marrom no chão. Nada mais fazia sentido: não havia escuridão, não havia olhos. Restou-me assoprar a vela. Ver a leve fumaça saindo de sua ponta e dissipando-se pelo quarto enquanto meus olhos acostumavam-se com a escuridão. E assim que se acostumaram, eu voltei a mergulhar nos olhos dela e..."

Marcelo H. Frote - 03/09/2010

sábado, 28 de agosto de 2010

Eu, Marcelo Henriq...

, é, eu voltei.
Voltarei ao jeito escroto de escrever.
Voltarei a falar de angústias, desesperos e quase mortes.
Voltarei a falar merda, a mandar o que vier na cabeça, a fazer uma filosofia barata (talvez seja até de graça).
Voltarei a jogar merda na sua cara, mas farei isso sem limpar a que está na minha.
Enfim, aqui estou...

Parei por que?
Ora, o diabo sabe porque...
Passei por momentos de força nessa vida. É momentos de força existem.
Estão aí para serem vividos, mas não estão aí para durarem muito, não.
E, nada fora do normal, estou de volta a fraqueza, a merda, a este lugar.
Viram que eu cheguei até a escrever um poema! Oh, que garoto firme e determinado.
Enquanto as "Pedras da São Francisco" não saem das idéias, vamos nos contentar com aquele e com o "Café" ou "para-quedas".
(Oh, quanta expressão autêntica do ser-aí!)

Viram que a outra dona do blgo voltou a escrever?
Seja bem vinda novamente, lpgouvea!
Bem vinda a mais um momento de fraqueza!
Junte-se a mim e vamos afundar nesse subsolo!

Ai, sinto-me tão repugnante...
estava eu tão crente na descrença...
e...
(sim, não faz sentido)
voltar
acreditar
não, não é bom

Oh, existência inautêntica heideggeriana...
Oh, angústia...
Oh, quanto NADA!

E oh, oh, e oh's!

É isso aí, vamos para uma poesia(não minha), para expressar nosso ser:


Seiscentos e sessenta e seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Mario Quintana (1906-1994)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ao som de What are you doing the rest of your life? - Bill Evans

Ser engolido pela rotina, pelo trabalho, pelo estudo, às vezes é o melhor a se fazer. Fazer diferente de todo mundo mais, pode ser o maior egoísmo existente. Pensar em você não é pecado não.
Farra, diversão, tudo sem pensar no amanhã é uma delícia. Mas passa. Os cabelos começam a cair, aquela coisa ruim no estômago deixa de ser as tais das borboletas no estômago, pra ganhar nome de gente grande - Gastrite.
Sair de segunda a segunda, de jeito nenhum. Chega 18h e você pensa em quão maravilhoso será chegar em casa, tomar um banho relaxante, pelando, pôr o pijama e dormir.
Ainda não há crianças (e talvez nem haverá) mas há de se pôr o leite e o pão pra dentro de casa. Por mais que a crença naquela vida colorida e agitada ainda viva fervorosa no fundo da mente, a rotina se alimenta com uma fome tão grande que parece não haver um futuro não abocanhado por ela.
De repente, só se percebe que a nova semana entrou quando é domingo a noite. E mesmo depois de um sono de uma tarde inteira, a noite que antecede Segunda, sempre é curta demais. Aí já é Quarta outra vez e a noite de trabalho suga até a mínima felicidade de sua alma. Não há vontade de conversa mole, nem mesmo das boas e velhas risadas. Sem querer admitir à ninguém seu esgotamento, ao sair do banho rumo à cama, você se vê no reflexo do espelho. Você se sentencia: cansado, socialmente morto. E se pergunta, se olhando nos olhos "valerá a pena?".
Espero que sim, diz, já deitado, procurando entrar no mundo dos sonhos, tão longínquo de sua vida atual.

domingo, 15 de agosto de 2010

Está na hora!

Voltei
voltei para nunca mais voltar
é como se fosse a última última vez
é como se, para não voltar,
eu não sairei.

É o fim.
o fim daquilo que,
na verdade,
nunca teve um começo.

É o fim,
daquilo que,
para terminar bem,
foi melhor nem começar.

Hora de afundar,
de partir,
de sair,
ou voltar.

Hora de nascer,
viver,
temer,
e morrer.

Crescer:
como se não houvesse limites.
Amar:
apenas a si mesmo.

e,
cada vez mais,
cada vez
viver mais.

Viver:
Viver não precisa de explicações.

sábado, 7 de agosto de 2010

Blues On The Westside

Ora, ora, nada melhor do que escrever semi-alcoolizado sem nenhuma idéia em mente ouvindo uma música boa!
Tentarei não ser agressivo e nem brigar com vocês, meus leitores, hoje!
Motivo? Sim, eu tenho!
Eu descobri que sou feliz!
"Ora, que bêbado!" - Você diz.
Não, não é porque estou semi-bêbado! Já havia pensado em escrever isso uns dias atrás, sem uma gosta de álcool no sangue!
Naquele momento eu estava no meu quarto, luz baixa, ouvindo Blues On The Westside na versão da banda chilena Aguaturbia e tinha chegado a conclusão de que Blues era a melhor coisa que existe depois de mulher e fenomenologia!
Pensei em escrever isso no twitter e etc., mas fiquei pensando melhor e deu merda. Na verdade eu considerava a música em geral, e não apenas o blues. Mas como blues dá um feeling a mais e hoje eu não estou nem aí com que eu realmente penso, então que assim fique: Blues é a melhor coisa que existe depois de mulher e fenomenologia!

Preciso explicar? Ora, mulher, por que mulher... Porque eu sou homem! Seria meio estranho se não considerasse.
Mas quero deixar claro: Eu digo mulher, e não "atitudes de mulheres". Ah, muitos sabem do que eu estou falando... Ahh, bicho do diabo!!!!!!!!!
Deixe quieto, não é necessário me desgastar falando nisso. Sem falar que posso ser vítima de críticas violentas dessas maldi... Opa... dessas maravilhosas criaturinhas.

Quanto a fenomenologia não tenho nenhum ponto a levantar. Ela é perfeita. Diferente das mulh... ah, deixe quieto.

Haha, estou engraçadão hoje, não é?!
Ok, eu sei que não.

De qualquer forma, eu sou feliz. Ouço Blues, leio fenomenologia, estudo psicologia, bebo cerveja, gosto de olhar para o mar e apreciar qualquer coisa sem sentido para a maioria das pessoas, ora, sem motivo algum para reclamar!
E quanto toda aquela coisa que estava agressivamente discutindo no último post, sobre nada ter sentido, inclusive o sentido das coisas não ter sentido... Ora, isso é tão lindo!
Talvez tudo isso que me deixe feliz! Toda essa inexatidão da exatidão. Todo o 'não' que encontramos no 'sim'. Toda essa racionalidade na ignorância...

...e, ora, toda a felicidade na tristeza!

domingo, 1 de agosto de 2010

Vai viver OU não?

Ahh, diabo.
Hoje estou peculiarmente peculiar!
Podemos dizer que estou louco! Poderia passar o resto da minha vida assim.
Mas seria uma merda.
Poderia passar o resto da minha vida de qualquer jeito! Ora, acha que vou me matar?
Não, não, não, não darei o braço a torcer... Só por orgulho não faria isso!
E qual a importância disso? Nenhuma. Enfim...

Dias vão e vem e nada muda muito. Mas não sei até que ponto eu quero uma mudança.
Assim está bom ou não?

Ah, acabei de ler um texto num blog qualquer aí (e ae, Ludmila!!) falando da palavra e tal as paradas assim. Coisas do poder da palavra, que pode mudar muitas coisas, sentimentos, emoções, e mais coisas que não estou com saco para falar. Sim, sim, tudo por causa da merda da palavra. Está certo, ou como diria eu antigamente: bonito, bonito.
Eu vou me especificar um pouco mais do que a caríssima Ludmila. Vocês já perceberam a maldita força infernal e diabólica que a palavra "OU" tem?
São duas merdinhas de letras que - PÁ! - joga de um lado uma coisa e de outro o oposto, excluindo necessariamente uma das opções.
Isso que gera as confusões e loucuras e sentimentos peculiarmente peculiares e, e, e...

Ok, agora você me pergunta: Descoberto isso o que fazemos?
NADA!
"Melhor não fazer nada!"
"Viver a inércia!"
"Viva o Subsolo!"
"да здравствует подполье!!!"
Palavras de Dostoiévski, não minhas! (não sobre o assunto, obviamente)

Ok, nem temos o que fazer, meus caros! Agora deitem cada um suas respectivas cabeças nos respectivos travesseiros e durmam. Durmam com isso e com toda essa falta de sentindo no sentido da vida.

Desculpem se fui agressivo na escrita e na verdade eu não me importo. Do que adiantaria eu não ser agressivo e vocês saem daqui e só encontram agressividade?
Você aí está dizendo que sou muito negativista?
Está bem, meu caro amigo idiota. Recomendo que você viva.

Por hoje, adeus.

E aí, vai comentar OU não?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

I've been worthless

É, meus amigos, imagino que todos estão com saudades de mim. Passaram dias tristes e chorosos, obscuros e malditos, enfim, dias horríveis.
Sim, devo pedir desculpas por tê-los abandonado sem avisar. Mas não vou pedir.
Seria mentira fingir que estou me preocupando, não estou.
E sei que vocês também não. Só escrevi tudo aquilo para me divertir mesmo. É bem capaz de nem terem percebido.

Eu estava pensando em escrever algumas mentiras aqui.
Mas tenho minhas dúvidas se você iriam acreditar.
Bom, eu não acreditaria!
Mas quem sou eu... Não acredito nem em verdade, quem dirá em mentiras!

Então pensei em escrever algo emocionante, bonito... Nada para parecer real, pura ficção. Mas uma boa ficção, com sentimentos e etc.
Mas novamente o problema foi comigo, e não com vocês, leitores.
Ora, histórias emocionantes? Pare.
Quem gosta disso? Já na basta roer todas as unhas na vida real ainda tenho que me preocupar com a emoção dos outros? Pior, outros que nem sequer existem!
Sem fortes emoções hoje.

Pensei também em algo macabro, inspirado pelo livro que estou lendo, "O Mestre e Margarida".
Mas não...
Para ler é um bom entretenimento, mas para escrever deve ser um saco!
Não é algo que eu gostaria de escrever ou de ter escrito.
É igual os magníficos gibis da turma da Mônica.
Na minha infância eu lia todos e são ótimos.
Mas aqui entre nós: não me sinto mal por não ser um bom escritor de gibi e não invejo o Maurício de Souza.

Pensei em falar um pouco sobre meus dias passados.
Mas acho que não tem graça falar que fiquei no litoral vendo a chuva cair em dias frios, ou falar sobre quase morrer de hipotermia duas vezes por tentar entrar no mar sem roupas adequadas para isso nesse época do ano. (sim, uma vez não bastou.)

Olhe só, nem sei o que fazer para entreter vocês!
O que restou de mim? Estou perdendo meu valor!
Não tenho mais o que falar. Resta-me apenas falar sem chegar a ponto algum ou ficar em silêncio.
Enfim...
É mais ou menos como já dizia a sábia música composta 10 anos atrás:
Só o silêncio sabe o que meu silêncio significa.
("and the silence knows what your silence means", no original - This is a fire door never leave open por The Weakerthans)

domingo, 6 de junho de 2010

SEM TÍTULO

Estava tentando escrever hoje. Primeiro tentei algo literário, como fazia antes. Não consegui.
Depois voltei ao meu estilo "vá para o diabo". Não gostei do que estava fazendo e apaguei.
Comecei outra coisa com o estilo literário novamente. Não saiu.
Mas a vontade de postar algo aqui era maior então vou simplesmente colocar um trecho de um texto antigo. Acho que escrevi no ano passado.
Não acho interessante colocar o texto inteiro porque, quando escrevi, preparei toda história simplesmente para chegar naquilo que vou colocar aqui. Era necessário fazer isso.
Agora não, está aí simplesmente para apreciação de vocês.

mhfrote.

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"Temos muito tempo. Todos nossos problemas se resumem nisso. No senso comum há sempre o pensamento de que temos apenas uma vida (deixemos as crenças religiosas de lado) e que esta é muito curta. Porém, é o contrário. Temos tempo para estudar, trabalhar, criar problemas, resolver estes, e criar novos problemas maiores que os antigos. Isso é pouco? Se a vida realmente fosse curta não teríamos tempo para todas essas bobagens. Preocupar-nos-íamos apenas em aproveitá-la, preocupar-nos-íamos apenas em viver. O tempo não seria nosso inimigo. Ao fim da vida, ao invés das pessoas falarem "ele sofreu muito na vida", elas diriam "ele aproveitou muito a vida". A morte não seria um medo, mas sim uma confirmação de que você viveu intensamente. Sim, se tem uma certeza que eu carregarei por toda minha (longa) vida é que as vidas precisam ser encurtadas. Não teríamos tempo de buscar lucro, de odiar as pessoas, de pensar nisso em uma sala de espera, de ..."

sexta-feira, 4 de junho de 2010

I'm standing at the crossroads

Dias sem postar, não?
Quer saber o motivo?
Por causa de um rato. Um rato que gerou uma revisão de literatura, descrição de método, construção e análise de gráficos dos resultados. Tudo isso nas normas da APA.

Hoje mesmo eu estava falando com a "lpgouvea"(pra quem não sabe, é a outra dona desse blog, que abandonou o barco) e até falei uma frase que rendeu uma "twittada" dela: "parei de escrever no blog por enquanto. to escrevendo só sobre ratos ultimamente."
Pois é, basicamente isso.
Mas acabou agora. Mas tem mais! não sobre ratos... agora é sobre distúrbios de aprendizagem, filhos de pais separados e a pulsão.

Mas agora mesmo eu peguei uma cerveja, coloquei uma música boa(Elmore James) e estou na fase de relaxamento, contemplação.
Minha cabeça está muito objetiva para escrever coisas de verdade aqui.
Na real, no último post algumas pessoas reclamaram que não entendiam nada... porra, você querem ler meu blog assim? Vocês precisam de muito estudo para ler isso tudo! (ironia, mano)

E porra, pra falar assim de boa mesmo com vocês, eu estou com preguiça de muitas coisas ultimamente.
Tinham coisas que estavam me deixando impaciente e louco, o resultado você liam por aqui.
Mas agora eu cansei disso... Estou com preguiça.
Quem sabe não tento buscar novamente a forma literária que eu tinha antes, o estilo e todas aquelas coisas.
E vou vivendo, se acontecer... Ótimo; se não acontecer, eu vou morrer assim mesmo!

Bom, não estou afim de escrever mais. Vou abrir minha próxima long neck, fazer as equalizações no som, e deixar rolar esses blues e neles eu vou, vou, vou, vou.......

sexta-feira, 28 de maio de 2010

"In Anfang war die Tat"

Cara, hoje eu estou alucinado!!
Tomei café por volta das 16h, agora são 22h!
Não é possível que seja o efeito retardado.
Enfim, de qualquer jeito, vou escrevendo aí e vamos ler o que vai sair...afinal, hoje estou de bom humor!

Hoje participei de eventos interessantes.
Iniciei pelo habitual grupo de estudos em corpo e corporeidade, sempre muito bom, com nosso grande Merleau-Ponty e todos os fascínios que a fenomenologia apresenta.
À tarde participei de uma jornada de psicanálise sobre amor e seus transtornos.
O que? Você está rindo? Qual o problema de EU participar de algo com esse tema?
HAHAHA, sim!
Fiquei deveras assustado. Encontrei algumas coisas legais na psicanálise, senti medo de mim mesmo!
Quanto ao amor, quem sou eu para falar disso! HAHAHA!

Acho que já falei disso uma 500 vezes aqui, mas não custa repetir.
Apesar do post de ontem estar uma grande merda e desorganizado, eu achei que certas partes valem a pena serem levantadas novamente, de forma mais organizada, com mais calma.
Ora, hoje, por algum motivo desconhecido, cruzou-se em minha cabeça aquilo que escrevi ontem e uma pensamento de um psicólogo aí.
Toda essa coisa que falei ontem sobre decisões é muito importante, são as decisões que geram os atos.
Ou melhor, são as escolhas, que geram decisões e que, por sua vez, geram os atos.
Pode parecer meio redundante as "escolhas" e as "decisões" e, por isso, discorrerei sobre cada uma das três.
Considero escolhas as alternativas que temos. Sim, sim, as alternativas não são escolhas, são alternativas. O que quero dizer é que considero como escolha o fenômeno de escolher, como ato.
Sempre quando penso nas escolhas eu lembro de Sartre. Apesar de nunca tê-lo estudado profundamente, gosto do que conheço sobre ele.
A frase "O homem está condenado a ser livre" bate bem nesse ponto das escolhas.
A liberdade é justamente a liberdade que temos para fazer escolhas, e somos condenados a ela pelo fato de que, a partir do momento que 'existimos', temos que fazer escolhas, não há como fugir delas.
Ora, as escolhas geram conseqüências, e essa angustia de ter que fazer a escolha sem saber qual é a conseqüência gera a chamada náusea.
(Se alguém que souber melhor Sartre e ver algum erro aqui, por favor, corrija-me. Como disse, estou falando o que entendi, e meu entendimento nem sempre é correto.)
Preferi separar escolhas de decisões justamente por essa náusea que aí está.
As decisões considero como as escolhas feitas, quando já convictas estão. Quando já está decidido a encarar as conseqüências da alternativa escolhida.
A importância que dou para as decisões está no fato delas gerarem todo aquele processo que tratei no post de ontem, ou seja, o processo de preparação do ato.
Acho fantástico a amplitude que nossa imaginação pode tomar. E penso também que toda essa previsão abstrata de como o ato ocorrerá deve ser considerada como uma experiência. Não sei muito bem como articular, e nem tenho base suficiente para isso. Mas considero esse fenômeno bastante importante.
(Tenho que estudar melhor esse ponto, no futuro voltarei a isso.)
E, finalmente, os atos.
Ora, vou privar-me de explicar os atos e simplesmente citarei a frase do psicólogo, como disse anteriormente.
" 'Atos' nunca foram inventados, foram feitos. "
Esse "tal" psicólogo é ninguém menos que o grande Carl Gustav Jung. (Em "O homem e seus símbolos, página 101 da 2ª edição brasileira)
Creio que nem preciso explicar, e acho que a explicação até tiraria toda a "magia" dessa frase.

Acabo de ver aqui no livro do Jung que antes dessa frase, o psicólogo cita Goethe, em Fausto, com a frase "In Anfang war die Tat"(No começo era o ato).
Estou apenas usando isso para brincar com o texto, na verdade. Se você voltar e olhar o que escrevi lá em cima sobre as escolhas, você lerá:
"O que quero dizer é que considero como escolha o fenômeno de escolher, como ato."
Ora, a escolha em si já é um ato. Pode parecer meio confuso, mas o que me vêm à cabeça no momento é que o próprio ato tem seu começo num ato anterior, e este foi conseqüência de uma escolha entre duas(ou mais) alternativas. Caí numa dialética e, por enquanto, daí não consigo sair.
(O contexto que o Jung cita isso no livro, que inclusive é o mesmo da frase anterior, é totalmente diferente daquele que eu estou querendo abordar, mas penso que ambas frases estão abertas a diversas interpretações.)

Bom, quero deixar claro que tudo isso que escrevi não tem base nenhuma. Posso ter escrevido muita merda. Isso é somente uma reflexão qualquer, que achei interessante escrever sobre, justamente para tentar chegar a algum lugar. E, percebo que escrevendo consigo alcançar pontos que não consegui antes.
Acharia interessante discutir caso alguém queira questionar.

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Enfim, falei, falei, e... qual o ponto mesmo?
Chega de teoria e vamos àquilo que sempre trato aqui. A vida em si.
A minha, em específico, já que não conheço nenhuma outra a fundo para discorrer!
Bom, consigo formar uma concordância de toda aquela dialética com o que vivo.
Ultimamente tenho batido bastante nesta tecla aqui. Todas discussões sobre ser direto, etc.
Ora, tudo isso faziam (e faz), na verdade, parte do processo de escolha.
Ser direto? Não?(são as alternativas)
Faz tudo parte da tomada de decisão para um ato (digo de passagem que é particular e não cabe ser dito). Mas o que percebo é que quando essa decisão está tomada e estou pronto para as conseqüências, há algo que impede o ato de existir, um retorno as escolhas. E talvez tudo isso esteja ligado a experiência, que torna a decisão questionável.
Mas com tudo isso não vou chegar ao ponto que quero e, mesmo que eu esteja correto com todos esses pensamentos, de que servirá para mim, enquanto vítima dessas escolhas, saber o funcionamento disso tudo?
Trazendo a aula de Gestalt-Terapia que tive essa semana: O que interessa é "Como" e não "Porque".

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Agradeço a paciência de quem agüentou ler até aqui, foi mais de uma hora e meia escrevendo.
Ora, depois de ter agüentado isso, o que custa um comentário? haha.

mhfrote.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pior post do blog!!!!

Bom, mesmo com 2 revisões de literatura para fazer eu estou aqui escrevendo.
O pior de tudo é que nem sei o que escrever!
Apenas tenho vontade de tirar "isso" de mim, mas "isso" não sai...
Não custa tentar...vou apenas discorrer um pouco, então.

Todas as semanas eu me decido a fazer algo. Algo forte, complicado; não uma coisa qualquer!
Mas na maioria das vezes não cumpro.
-Oh, seu covarde, blah, blah, blah...
Não, não, posso ser covarde a ponto de dar um tiro nas costas de um homem, mas não ao ponto de negar algo de mim mesmo.
Muitas vezes não cumpro essas decisões por não conseguir cumpri-las, a maioria delas não dependem só de mim.
Essa semana não foi diferente, estou com uma decisão pronta e bem preparada.
Preparada? Acho melhor dizer "fantasiada".
Sabe aquela coisa bela que você imagina?
Oh, em sua cabeça passa certinho como tudo ocorrerá, as perguntas que virão, as respostas que você vai dar, está tudo pronto!
Chega na hora não da nada disso. E você se pega pensando: "Hm, não tinha pensado nisso. Diabo!"
É, meu irmão, o que fazer, daí?
Ora, faça nada! "лучше ничего не делать!"(melhor não fazer nada)
Como já diria o velho russo barbudo.
E seria maldito se não colocasse a frase que ele disse logo após aquela:
"Лучше сознательная инерция!" (É melhor a inércia consciente!)
Ou seja, esqueça todos os preparativos e viva a experiência do aqui-agora!

Tá, parei...

O que mais que posso escrever...
Ahh, aqui não tenho mais nada a escrever!!!
Agora mesmo poderia escrever linhas e linhas, páginas e páginas, mas nada que convém colocar aqui.
Tento apenas colocar tudo isso aqui de forma indireta, mas...mas...mas... hoje não estou conseguindo.
E de que vale ficar jogando tudo indiretamente?
Se é tão indiretamente, ora, quem vai entender se não eu mesmo?
E qual a importância de outras pessoas entenderem?
E qual o motivo de eu estar me perguntando tudo isso agora?

Parei, parei...ahh...que agonia!

Credo, eu sou doente!

Hoje percebi que talvez eu não sirva para ser psicólogo, e talvez não sirva para ser uma pessoa também.
Mas enfim, vou tentar ser os dois de qualquer jeito!

Ahh, parei por aqui, hoje está foda!
Pior post do blog!


domingo, 23 de maio de 2010

"(...) Ah, minha querida, o que interessa o estilo? Pois agora já não sei nem o que estou escrevendo, não sei mesmo, não sei de nada, nem sequer releio, nem corrijo o estilo, escrevo por escrever, apenas para lhe escrever mais... Minha pombinha, minha querida, (...)"
Dostoiévski, F. M., Gente Pobre, 1846

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Hoje, não?

Ora, ora, vejam só, eu escrevendo por aqui.
Agora mesmo estava firmemente decidido a não escrever hoje.
Após isso, fiquei num grande conflito: escrevo ou não escrevo?
E agora, estou aqui. Escrevendo! Lindo, não?

Não, não é lindo.
Eu não queria escrever aqui porque sentia-me muito exposto. Sabia que estaria sendo muito pessoal, mais do que já sou normalmente.
Talvez não seja a questão de ser pessoal(pois, como já disse, assim sou sempre), mas sim de ser direto. Lembram de tudo aquilo que escrevi no último post?
Não serei totalmente direto, mas temo chegar perto disso.
Mas sabem, no fundo é isso que eu quero. Eu gostaria de ser totalmente direto, seria o maior(em tamanho) post no mundo 'blogístico'.
Imagine só, você(sim, você mesmo, sabe que estou falando de você!) chega aqui, vê seu nome escrito seguido por dois pontos e abaixo todos os pormenores de tudo que tem sido expressado apenas através do silêncio.
Seria revolucionário! Isso sim seria lindo!
Podem me perguntar: Mas assim, tudo publicamente?
E por que não?
Enfim, não farei isso. Apenas escrevi isso porque sei(ou melhor, não sei) até que ponto a imaginação pode nos levar(me leva longe todas as noites).

Engraçado como é possível brincar com a simbologia da palavra 'você' num texto que estará exposto publicamente!
Essas quatro letras ocultam outras, e jamais a revelam! Guardam o segredo de seu real significado eternamente!
O que realmente determina o significado não é a palavra em si, mas sim todo o outro conteúdo a ela referido. O significado se revela no todo, e o todo não é simplesmente a soma das partes.
E o que mais me fascina nisso tudo:
O sentido final só se mostra a quem realmente foi destinado, mesmo que seja na forma de uma dúvida.
Em outras palavras, e brincando com a palavra em questão, posso dizer: O sentindo final só se revela a 'você'.

Todo esse medo de escrever hoje também está relacionado ao fato de eu talvez não conseguir escrever tudo que está aqui, em mim.
Algumas pessoas que me conhecem sabem que não vou muito longe utilizando apenas a fala. Faltam-me palavras, estruturas, um jeito bonito de falar. Isso quando são assuntos objetivos, não relacionados diretamente a mim.
Em casos mais complicados, simplesmente travo, gaguejo e sabe lá o que mais. Dê-me um papel e uma caneta que daí sim eu faço, como estou fazendo agora. Jamais seria capaz de falar o que aqui escrevo.
Mas com certeza seria capaz de escrever muito mais do que aqui está escrito.

Num post que deve ser de 2 meses atrás eu intimei vocês, meus leitores, a enviarem-me um e-mail sendo totalmente diretos comigo, eliminando as "preocupações sociais" e, em palavras mais filosóficas, reduzir fenomenológicamente seu pensamento sobre mim. Recebi apenas um e-mail, de um amigo, não convém expor seu nome.
Ele escreveu muito bem, fiquei feliz por ter recebido.
Quanto aos que leram e não escreveram, o que me desagradou não foi o fato de não terem escrito, mas sim de não terem solicitado para que eu escrevesse sobre eles. Uma 'contra-intimação', se é que posso chamar assim.
Se alguém me fizesse isso, eu ia dizer que o "espírito da coisa" havia finalmente sido compreendido!

Eu estava pensando em falar sobre escolhas hoje, mas isso não faz mais sentido para mim agora.
Então vou abordar um assunto engraçado: acho que vou chamá-lo de misticismo ou superstição.

Um ceticismo extremo. E acontece uma série de coisas que...Diabo! será possível?
A vida as vezes parece comprovar a existência do "gênio maligno" cartesiano. Eu não chamaria de maligno, mas sim de malandro, maloqueiro, um perfeito filho de uma puta!
Quebra aos pedaços seus planos que não tinham como dar errado e...
Espera aí...
Há coisas que acontecem e que... Diabo! tantas coincidências!
Algo bom. Parece que tudo se curva diante de você e, algo que parecia impossível, ali está como real.
Deste modo não seria um "gênio maligno", malandro, maloqueiro, ou filho da puta, mas o "bondoso senhor Deus".
Desculpem-me se atingir seus pensamentos pessoais, o que falarei trata-se unica e exclusivamente da minha opinião.
Eu me consideraria ingênuo de mais caso eu mesmo passasse essa responsabilidade a um ente qualquer e julgasse o caso como explicado.
Eu, hoje, prefiro chamar tudo isso de "acaso" a adquirir um comportamento supersticioso. Mas admito ter um enorme medo desse tal de "acaso".
Para ilustrar, o velho russo:

" 'Nem vão deixar a canalhinha sair!', pensava eu. 'Creio que eles não deixam que elas saiam para passear, ainda mais à noite (por alguma razão eu metera na cabeça que ela deveria vir à noite, às sete horas precisamente).(...)"(Dostoiévski, 1864, p.129)
"Nem ouvi que naquele instante a porta do vestíbulo de repente se abrira, devagar e sem ruído, e uma pessoa havia entrado e ficado ali parada, olhando-nos perplexa. Olhei para ela, fiquei petrificado de vergonha e corri para o meu quarto. Lá, encostei a cabeça na parede, com as mãos agarradas nos cabelos, e fiquei estático nessa posição.
Uns dois minutos depois, ouviram-se os passos lentos de Apollon.
- Tem uma tal aí procurando pelo senhor - disse ele, olhando-me de modo especialmente severo. Depois afastou-se para o lado para deixar passar: Liza! Ele não queria ir embora e ficou olhando-nos com ar irônico.
- Fora! Fora! - ordenei-lhe, sem me controlar. Nesse instante, meu relógio fez um esforço, chiou e bateu as sete horas."(Dostoiévski, 1864, p.134)

Sei que isso é apenas literatura, saiu simplesmente da cabeça do velho russo, foi para o papel e agora eu copio.
Mas quantas vezes isso não está presente em nosso cotidiano? Assusta, não?!
Eu tenho em minha vida algo que se procedeu dessa forma, faz algum tempo já, mas até hoje martela em minha cabeça.(Trairei a mim mesmo se aqui escrever esse caso.)
Tenho certeza que vocês também devem ter algum exemplo na vida de vocês.
Como já dizia Kant, o entendimento o humano não é capaz de entender coisas como essa.
Apenas abordo esse assunto aqui para dar um tom mais questionador na noite de vocês.

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Para finalizar vou descrever um causo que ocorreu hoje comigo. Não comigo, na verdade apenas ouvi. Um tanto quanto cômico. E, a pedidos, estou escrevendo, apesar de não estar suficientemente animado para isso.(Viu, Cristiano, aqui está! Haha!)


Estava eu, logo após o término da minha aula, saindo do prédio histórico da nossa universidade federal do Paraná e fazendo meu caminho rotineiro até os pontos de ônibus da Nestor de Castro. Subindo a São Francisco, vejo logo a frente um casal, ambos por volta dos 50 anos, vindo no sentido contrário ao meu. Encostado na parede, entre eu e o casal, estava o "cuidador de carros", que sempre está lá.
Quando o casal se aproximou do cuidador de carros, este segurou o braço do homem e começou a falar algumas coisas que eu não ouvi. A mulher ficou parada. Olhou para mim e depois para os dois conversando e ficou com uma cara emburrada, parecia que todos se conheciam. O homem começou a rir e saiu andando devagar com a mulher. Neste momento eu já estava quase ao lado dos três. A mulher, séria, vira para o cuidador de carros e diz, em alto e bom som:
-Que história é essa de que eu tenho um "negão"?
Não fiquei para ouvir resposta, apenas continuei andando e achando a situação cômica, ao menos para mim.

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Grato a quem tem lido e comentado por aqui!
mhfrote.


Referências:
Dostoiévski, Fiódor M. Notas do Subsolo, 1864.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Хочешь?"

Ah, meu caros, como esses dias tem sido duros comigo!
Nem a desgraça alheia me felicita mais.
Não estou dizendo que fico feliz com a desgraça dos outros, mas acho que todos sabem o que quero dizer: quando você vê pessoas que têm uma vida muito pior que a sua, dificuldades de todas as formas(físicas, mentais, financeiras), e então você pensa "não estou nessa situação... não tenho porquê reclamar!". E então você se sente revigorado e com vontade de viver, já que tem tudo para fazer isso.
Enfim, foi isso que quis dizer: Nem isso está me deixando revigorado.
Ah, que seja...

Há mais de uma semana apareceu uma enorme mancha vermelha no meu olho esquerdo, ela não desaparece. Pareço um viciado em drogas!
Se bem que recentemente tenho pensando muito em velhos vícios ou em fortalecer vícios que nunca larguei, alguns estão comigo por mais de 10 anos. Drogas alternativas, que não deixam meu olho vermelho, mas que me iludem e faz com que eu tenha um objetivo por alguns minutos.
(vão me faltar unhas!)

Ahh, como estou deixando as coisas aqui tão pessoais. Estou a falar de mim mesmo e não vou a lugar nenhum com isso. Garanto que vocês, leitores, também não.

Sei que já falei muito disso aqui, mas sempre gosto de repetir.
Como o ser humano é patético!
Damos voltas e voltas e voltas para tentar alcançar determinado objetivo, sempre nos precavendo das conseqüências, entre uma volta e outra tiramos a espada e damos uma cutucadinha para tentar trazer o objetivo mais próximo ou simplesmente para observar uma reação alheia.
Essas voltas e voltas e voltas são tão penosas para nós! As pessoas percebem o sofrimento, mas não percebem que elas mesmas o causam.
A vida fica nesse vai e vem de indiretas que as vezes não levam a lugar nenhum.
E quando uma pessoa é direta, a outra pessoa fica assustada, e diz: "não sei o que dizer, realmente não sei o que está se passando pela minha cabeça, preciso pensar."
As pessoas não estão preparadas para as coisas, mesmo quando as querem do fundo do coração!
Por isso esse rodeio todo.
Ah, sem falar que todo esse rodeio envolve a "preocupação social", que poucos admitem ter.
O que chamo de "preocupação social" é aquele medo que os outros não aprovem o que você tanto quer.

Enfim, não adianta você ler isso e pensar: "Realmente, concordo com o Marcelo. Mas, como tenho consciência disso, eu não faço!"
MENTIRA!!!
Faz sim! Todos fazem. Eu faço!
E fica muito difícil não fazer quando todos ao seu redor fazem. Ei, mas com isso não estou me justificando, falando que faço isso apenas porque todos fazem.
Não tenho justificativas para fazer isso, admito que é puro capricho meu(seu também, e de todos). Tenho inclusive minhas "preocupações sociais". Todos têm!
Admito haver um grande conflito entre meu "eu" e todas essas coisas, vocês percebem lendo aqui.
As vezes tenho simplesmente a vontade de ser direto, mandar as preocupações sociais à merda!(já inclusive fiz isso algumas vezes, a certo tempo atrás).
Estou pensando muito nisso, mas como podem ver, continuo no rodeio!
(Afinal, ficar escrevendo essas merdas aqui fazem parte desse jogo todo)

Bom, não interessa.
Nos últimos dias me isolei da vida. Quando chego em casa, tranco-me no quarto com meus livros e tento esquecer todo o resto(ou pelo menos não vivo todo o resto).
Mergulho naquele universo inexistente e lá fico, e lá estou, e lá continuarei. Afundado.
Até que alguém me resgate, um dia - ou nunca mais.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Ready for the bad things to come!"

Hoje vou escrever bastante, mas dividido em partes. Se quiser leia só algumas, ou não leia nada, assista televisão, está passando um seriado super legal!
Em primeiro lugar gostaria de deixar claro(mais do que já está) que eu sou um filho de uma puta e uso muita ironia no que escrevo aqui. Mas não significa que não é isso que eu penso, tudo que aqui está, está também em minha cabeça...infelizmente!
Dado ao aviso, vamos as desgraças da vida, meus irmãos e irmãs!(isso soou um tanto quanto religioso, mas que fique assim!)

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Começamos bem!
Semana maldita, poderia não ter começado! Poderia ter começado melhor!
Poderia, poderia, poderia, sempre nas possibilidades para fugir da realidade.
Quando vejo já estou afundado nessa merda!
Ok, respiro fundo e vamos voltar às coisas mesmas:
Semana do diabo!
...
Merda, percebi que sem cair nas possibilidades e nos meus desejos não sei o que falar.
Travei. Vamos mudar de assunto!

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Hoje encontrei alguns papéis um tanto quanto antigos.
Datava de 7 de janeiro de 2007 e se tratava de uma música que compus.
Apenas instrumental, sem letras(nunca gostei das letras que escrevi).
Não foi simplesmente um achado qualquer, levou-me a lembranças nostálgicas. Ah!
Consegui lembrar exatamente do momento que estava passando aquela música para o papel, era uma noite, em Winnipeg. Estava frio(muito frio) e eu estava me sentindo bem depressivo, como de costume naqueles tempos. Talvez não muito diferente de hoje em dia, haha!
Enfim, olhando para aquela data consegui voltar e sentir o que sentia naquela época. Um tanto quanto semelhante ao que eu sinto hoje, mas isso não interessa.
Seria isso o "voltar às coisas mesmas" de Husserl? Ah, se for, bendirei a fenomenologia!
Quem sabe essa música não vira uma música(de verdade), só escrever uma letra e dar alguns ajustes!
Hein, Cristiano, eu sei que você tem o infeliz costume de ler aqui, o que acha disso? Haha.

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Hoje foi um grande marco de passagem na minha vida!(olha aí a ironia que eu havia dito.)
Hoje me falaram que eu estava "parecendo gente".
Minha mãe falou que eu não estava "acabado".
Elogiaram meu cabelo, que foi cortado na última quinta-feira, comentaram sobre a barba feita(desde sábado), e uma blusa de lã que eu não usava desde 2007!
Concordo que minha aparência estava um tanto quanto bizarra nos últimos dias, mas não me importo. O pouco de vaidade que tenho já é suficiente para me incomodar.
Pela barba que fiz no sábado, devo acima de tudo pedir desculpas ao Dostoiévski. Eu estava querendo homenageá-lo e deixar a barba como a que ele tinha.
Desculpa aê, Dostô, fica para próxima. E quem sabe um dia não chego a homenagear Tolstoi!
Voltando aos elogios que recebi, principalmente ao que falou que eu estava parecendo gente e que não estava acabado:
Fiquei, de certo modo, impressionado!
Falam-me isso justamente num dia que eu senti-me tão morto, tão acabado, longe de ser gente.
Eu estava PODRE! Desmotivado, desgastado, afundados em pensamentos que talvez não me levem a lugar algum, por enquanto.
Para vocês verem como as aparências enganam!
Uma blusa de lã(estilo blusa de pai) pode transformar uma pessoa!

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Agora à noite, pouco tempo atrás, eu estava tocando violão.
Uma música que não tocava a muito tempo também. Na partitura está nomeada como "Jesus alegria dos homens", nome que não me agrada e muito menos me alegra.(ela tem um outro nome, mas não me recordo agora.)
Mas de qualquer forma é uma música muito bonita. Pra quem não sabe, é do grandioso compositor J.S. Bach.
Enfim, eu estava um tanto quanto aflito após encontrar "documentos" de 2007 e após sobreviver a esse dia infernal, pensando em tanta merda!
Digo de passagem, Jesus alegria dos homens não me confortou!
Talvez não seja eu um desses homens...

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Bom, tenho muito o que escrever ainda, mas acho que vocês perceberam que só estou escrevendo merdas.
Hoje não estou funcionando muito bem, talvez seja por causa dessa blusa de lã.

Para finalizar, não poderia deixar de mencionar o retorno dos dias cinzentos em Curitiba!!
Sejam educados e digam "Seja bem vindo, Sr. Céu cinza".
[isso significa que dias piores estão por vir!]
Mas como a diria a canção:
"Ready for the bad things to come!"

sábado, 15 de maio de 2010

Hoje, um tanto quanto confuso!


E novamente eu senti aquilo, novamente eu não sei o que fazer!
Se as escolhas fossem fáceis, não trariam conseqüências.
Sim, sim, as coisas poderiam ser mais fáceis, a consciência poderia não pesar, as pessoas poderiam não depender das outras. Oh, seria com certeza melhor.
Mas não é assim, então não adianta ficar se lamentando.
Basta ir atrás! Basta não ter medo!
E bastaria para mim se eu colocasse isso em prática.
Ah, quanta confusão!

(??)
**********************
Hoje não fiz merda nenhuma do meu dia, até tentei, mas ah...
Dias assim rendem pensamentos um tanto quanto bizarros.
Segue um deles:

O mundo moderno acabou com o romantismo que lemos em textos medievais ou clássicos!
O rapaz que, no momento de explosão da paixão, subia em seu cavalo, atravessava as pradarias, encontrava sua amável dama na janela de seu quarto, e lá declarava seu amor; agora já tem que agir diferentemente.
Deve pegar seu carro, abastecê-lo, enfrentar um trânsito maldito até encontrar-se na frente de onde mora sua amada. Lá, provavelmente, ela não estará na janela. (Ora, quem fica na janela? Hoje temos televisão e computador para se admirar no lugar de uma paisagem!) Deste modo ele terá que procurar uma disputada vaga para estacionar o carro, depois terá que falar com o porteiro do prédio para poder finalmente falar com a amada. E..e..depois de tanto stress você ainda acha que ele vai estar na mesma explosão de sentimentos para declarar seu amor? No máximo terá ânimos para dizer que a ama, nada muito elaborado. Afinal, todo o sentimento e o fogo que estava aprisionado em seu coração provavelmente fora liberado ao xingar tudo que encontrou no caminho até lá.
Esse é o fim do romantismo, meus caros!!
Afinal, hoje temos métodos mais velozes, não precisamos fazer todo um caminho e encarar a pessoa para expressar o que queremos.
Ora, use telefone, SMS, Nextel, MSN, Skype, Orkut, Facebook, MySpace, Twitter, poste no seu Blogspot!

Ai, ai... Chamem-me de antiquado, conservador ou do que quiserem...
Onde é que esse mundo vai parar?????

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Myltho Anselmo da Silva

Ah, aquela rua, aquele vento frio, e o poste de luz.
Eu tenho muita dificuldade de expressar as coisas falando, sempre prefiro escrever. Mas há coisas que nem escrevendo eu consigo atingir o ponto certo.
Esta noite eu estava parado esperando o ônibus. Era uma rua totalmente vazia, o movimento mais próximo era um bar, mais ou menos 200 metros dali, com pessoas alimentando diversos vícios. Não era na região central, o que tornava as coisas melhores.
O frio estava ali comigo, chegava mais perto quando vinha o vento.
A escuridão também estava ali, mas um poste se esforçava para não me deixar na escuridão total. Coitado, talvez a escuridão seria melhor do que aquela luz amarelada. Que iluminação depressiva!!
Carros que passavam em intervalos espaçados de tempo quebravam o silêncio, mas eu o mascarei utilizando meus fones de ouvido.
Lá fiquei, por vários minutos, observando folhas secas no chão, restos de uma pinha, o asfalto seco e as luzes de algumas casas distantes, que apagavam, acendiam, e apagavam novamente.
Fiquei em contato com aquele mundo, que está sempre ali, todos os dias naquele horário, havendo pessoas lá, ou não.
O céu estava estrelado mas com algumas nuvens que, ora rastejavam para onde o vento as levava, ora sumiam.
Arrependo-me não ter procurado a Lua.

De longe pude enxergar os faróis daquele ônibus amarelo virando a esquina. Não me importei qual ônibus era, todos os três que passam ali levam-me para casa. Estendi meu braço.
Quando estava mais próximo, eu pude ler o letreiro: Raposo Tavares. Quem foi ele? Um bandeirante, certo?! Não importa. O ônibus estava lá, parado.
Na verdade não estava completamente parado, a porta foi abrindo e o ônibus ainda estava freando. Tentei subir antes dele parar totalmente, preciso de aventuras em minha vida. Não tive muito sucesso. Digo, eu consegui subir com ele ainda em movimento, mas não foi uma aventura.

Entrando naquele ônibus senti-me vivo novamente(e isso não é bom). Como se estivesse voltando ao planeta.
Aquele ar quente, que poderia na verdade chamar de "bafo", pelo fato de 90% das janelas estarem fechadas, aqueles rostos que te olham como se dissessem: "Tem algo para me oferecer? Não? Então não me aborreça."
Não vou dizer que eu não estava com uma expressão amarga, mas pelo menos nos meus olhos estavam outras coisas. Mas ninguém olha para os olhos.
O ônibus partiu e aquela rua continuou lá, agora sozinha, mas estava lá. Afinal, ela pertence ao mundo, e o mundo, segundo Merleau-Ponty, é real e já está lá, antes da idéia de mundo.

Mas a fenomenologia não me ajuda em nada nessas horas que lembro da rua.
Aquela rua não significou muito para mim, na próxima quarta-feira estarei lá novamente.
O que me faz escrever tanto da tão elogiada rua não é ela sim si, mas o que ela me estimulou a pensar naquele momento.
Será que na próxima semana também verei seus olhos por lá?

sábado, 8 de maio de 2010

Hoje, com mais calma.

Vamos lá, mas vamos com calma.
Tudo o que escrevi aqui apareceu em minha cabeça e eu escrevi preciptadamente.
Podemos ver dois extremos, e vejo aí perigo.
Errei ao atingir os extremos. Se fui ao limite do negativo, ao limite do positivo, o que me resta?
Sim, ficarei com o zero.

Comentei sobre arriscar, sobre um tal de idealismo romântico.
Primeiramente sobre arriscar tudo, depois de não arriscar nada.
Ora, a vida em si é um risco, se eu não arriscar nada, não tiro meu pé de casa, não escrevo aqui.
Estou me expondo, de qualquer forma, isso é um risco!
Sim, existe o que eu metaforizei de roleta russa e não mudo minha opnião quanto àquilo.
Qual é a vantagem que posso tirar de uma roleta russa? Não há.
Então não tenho porque arriscar.
Não sejamos hipócritas, sempre procuramos uma vantagem no nossos atos e assim mantemos nossa sobrevivência.

O idealismo romântico.
Fui um tanto quanto ignorante! Como vocês não me corrigiram?
O que tem de idealismo no que eu disse inicialmente?
Pode-se retirar algo, mas pouco.
E se, ter alguma esperança de que a vida torne-se melhor é idealismo romântico, dê-me um tiro na cabeça!

Lendo um blog de um amigo essa semana, deparei-me com uma questão:
"O que ainda inventaremos para enganar a existência?"
Digamos que eu estava demasiadamente desesperado quando fiz meu comentário.
Mas a questão ficou em minha cabeça, e...
Ora, precisamos inventar mais alguma coisa?? A existência já não é enganada demais ?
Olhe envolta! Criamos cidades, educação, moral, conduta, ética, paixões, amores, relações familiares, e...e...e...preciso continuar?
Olhe para isso que citei e agora olhe seu animal de estimação.
Seja um gato, um cachorro, a aranha da parede ou o diabo... ele engana a própria existência?
Não. Ele vive, instintivamente.
E nós, vivemos, iludidamente.
Estou falando que devemos viver instintivamente?
-Não! Mas talvez seria mais simples.
Estou criticando nosso modo de vida?
-Talvez...Estamos quase chegando lá!
Não há nada de errado com o modo de vida "humano", com as relações familiares, amores, paixões(...), o problema está em quem vive esse modo de vida.
Se vivessemos instintivamente também geraríamos problemas.
E, sempre caio no que Dostoiévski diz: O homem é um ser bípede e ingrato.
Sempre estragaremos tudo.
O modo de vida talvez seja perfeito(não estou colocando em questão sistemas políticos, econômicos ou religiosos), mas a interpretação que alguns fazem dele o torna animalesco, selvagem, devorador e, na minha opinião, triste...muito triste!
Viver naquele constante jogo, procurar a vantagem que pode-se tirar.
Derrubar o oponente, utilizar uma estratégia para aliar-se a outro.
Você pensa que tem o domínio sobre tudo, que engana o outro, que assim terá tudo que quer e que é a partir dessas jogadas estratégicas que consiguirá o que quer.
Esse jogo engana. Engana os próprios jogadores.
No fim talvez você perceba que foi enganado por você mesmo e que, tentando não ser sincero com os outros, apenas faltou com a sinceridade para você mesmo.

Oh, as paredes do seu quarto e seu travesseiro que me digam se estou certo ou errado!
Quando você luta para não acreditar no que você sente, no que você tem medo!
Você não precisa admitir isso para mim, para ninguém. Apenas para você mesmo.

Tudo isso que escrevi, isso de a pessoa estar sempre fantasiando, jogando, enfim, sendo o que não é e tratando os outros falsamente, me lembrou uma frase de Werther, que por sinal me chamou muito a atenção, justamente por bater nessa tecla das relações humanas:
"Tenho vontade de rasgar o peito e estourar o crânio quando vejo que significamos tão pouco um para o outro!"

Enfim, minha cabeça não está mais saindo do lugar, vou parar por aqui.
A chuva cai suavemente, perfeito para dormir.
Estou, de certa forma, em privação de sono... E agora percebi que é mais tarde do que eu imaginava.

Com um texto resgatando tantas coisas, sinto-me no dever de passar as referências:
-Blog The Darkest Star (Cristiano Tulio): http://thed-star.blogspot.com/
-Записки из подполья(Memórias do Subsolo). Dostoiévski, Fiódor. 1864.
-Dei Leiden des Jungen Werthers(Os Sofrimentos do Jovem Werther). Goethe, Johann Wolfgang von. 1774.
-Posts antigos deste mesmo blog.
(Desculpem-me por não estar normatizado, haha)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Reconciliação

Ah, ontem à noite tive vontade de escrever aqui, mas já estava deitado, era muito tarde. Deixei para essa manhã. Pois é, eu disse manhã! São 5 para as 7 horas, eu não acredito que estou escrevendo aqui!
Enfim, não estou mais tão eufórico como ontem à noite estava, a fúria já virou cansaço e angústa.

Só pra relembrar onde paramos e deixar as coisas bem claras, vou refazer uma pergunta:
Você nasce e morre para ser cauteloso durante sua vida?
A minha resposta óbviamente é sim! E vai continuar sendo!
Que besteira foi aquela que escrevi antes??
Arriscar?
HAHA, para que vou meter um 38 carregado na minha boca e puxar o gatilho, para arriscar?
Para que tentarei "brincar" de roleta russa?
Claro, eu sei que estou sendo extremamente exagerado, mas há coisas na vida que são como uma roleta russa, no sentido figurado.
Se possuo determinadas certezas, não vou ignorá-las para deixar de ser cautelos, ora!

Haha, na verdade dei risada de ler aquilo que eu escrevi.
Realmente, meus caros, cheguei ao ponto do ridículo!
Só quero mesmo deixar claro que tudo aquilo não passou de um exagerado idealismo que se apoderou de mim naquele momento, idealismo romântico. Muitos passaram a vida inteira nisso. Eu, por sorte, passei por isso na minha adolescência e as vezes tenho algumas recaídas, como podem ver.

Ahh, como é ruim enxergar o mundo por essa perspectiva novamente!
Mas é o mundo.
Agora digo, se você vive aí nesse idealismo romântico, pare de ler isso!
Ora, aproveite! Você tem uma vida aí pela frente!
Não mergulhe nesse "subsolo", como já diria Dostoiévski.

Dado o recado, finalizo-me.

domingo, 25 de abril de 2010

Último, por enquanto!

Sim, é isso mesmo. Este é o último post, por enquanto.
Não dá mais para escrever aqui, eu não consigo.
Mentira!
Eu necessito disso mais do que nunca! Mas não posso.

As coisas fugiram do controle...
eu fugi do controle, ou...
o controle fugiu de mim, eu não sei.

Mas antes do fim, me diga:
Você nasce e morre para ser cauteloso durante sua vida?
Minha resposta? Hm, é sim.
Ou pelo menos foi até agora...
Mas não será mais!

E eu espero não vir mais com aquele papo de "eu espero".
Esperança? Não obrigado. Mudança!
Se só funciono com soco no peito e modo imperativo, assim será!

E... enfim, e vocês, tentem viver sem esquecer que estão vivos.

Até a próxima, no blog ou talvez cruzando pela XV.

domingo, 11 de abril de 2010

Hoje não!

Não, hoje não da pra escrever!
Estou com preguiça de vestir minha máscara, ou melhor, sem animo para isso.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mundo Real e Mundo Percebido

Certo dia, em qualquer cidade do Brasil, exceto Curitiba:
-Papai, papai!!
-Diga, meu filho.
-Quero te perguntar uma coisa, papai.
-Pergunte, então, meu querido. Papai responde para você.
-Por que que o céu é azul, papai?
-Oh, meu filho, é que quando a luz do sol entra na atmosfera ocorre refrações e outros fenômenos físicos em cada camada da atmosfera, e isso faz um reflexo azul. É algo assim, não me lembro muito bem.
-Não entendi, papai.
-Não é tão simples mesmo, filho. Um dia na escola vão ensinar isso direitinho para você.

Certo dia, em Curitiba:
-Papai, papai!!
-Diga, meu filho.
-Quero te perguntar uma coisa, papai.
-Pergunte, então, meu querido. Papai responde para você.
-Por que que o céu é cinza, papai?
-É porque você mora em Curitiba, meu filho.

domingo, 4 de abril de 2010

Desisto...de desistir!

Esse feriado me trouxe algumas reflexões.
Algumas angústias, talvez aflições.
Poucas alegrias, ou muitas.

Houveram três momentos para essas reflexões:
1)Deitado numa rede ouvindo música, à tarde;
2)Sentado em uma prancha, boiando sozinho, no meio do mar, tentando morrer afogado;
3)Voltando de viagem e admirando a paisagem montanhosa.
Enfim, disse tudo isso apenas para dar inveja em você, veja como meu feriado foi legal!
Não sentiu inveja? Ah, com certeza sentirá em breve!

Bom, vamos ao que eu realmente gostaria de escrever hoje.
Afinal, esse feriado nem foi tão bom assim, para mim.
E talvez não seja o "feriado dos sonhos" de ninguém.

Opa, sem querer usei a palavra que estava querendo encontrar:
"Sonhos"
Vejam só, que coincidência, não?! Ohh!
Acho que deveria falar mais sobre isso, já que esse nobre acidente ocorreu.

Alguém de vocês aí seria capaz de explicar o que é um sonho?
Não quero falar do sonho que temos durante o sono, mas o sonho que temos acordados, estado de vigília, conscientes e responsáveis pelo que falamos e pensamos. Conseguem?

Na minha infância eu tive vários grandes sonhos. Alguns foram realizados, mas nem todos.
Realizar um sonho, afinal, significa alcançar o nível máximo do que chamamos de felicidade. Concordam comigo? Deliramos em tanta abundância de felicidade, que jorra do brilho das lágrimas que escorrem pelos cantos de nossos olhos quando vemos nossos sonhos se concretizarem! Oh, chega a ser até poético.
...Seria, se isso não tomasse outros rumos.

Durante minha infância, por exemplo, eu tive o sonho de ter os famosos "skates de dedo". Quem é daquela época sabe o que estou falando. Oh, como eu queria!! Chorava, gritava, implorava para minha mãe me dar um. Depois de algum tempo, ganhei um. Minha mãe até fez uma certa cerimônia para a entrega do digníssimo skate de dedo. Oh, fiquei tão feliz. Explodi de felicidade.
Outro sonho que me recordo facilmente era quando eu ia ao litoral. Durante a viagem ficava entusiasmado, aflito, ansioso. Lembro-me que fazia contagens regressivas até chegar na placa de "Bem vindo ao litoral!". Quando o carro finalmente passava por baixo daquela placa eu sorria. Gritava de alegria! Lindo!

Mas...não sou mais aquela criança bonitinha.
Sou um rapaz. Cresci, adquiri um rosto não muito agradável. Com uma expressão um tanto quanto amarga, que apropriei-me após encarar certos fatos.
Agora, não sei mais quais são meus sonhos. Os poucos sonhos, que as vezes tomo conhecimento, são muito difíceis de se concretizarem e, retomando a linha de raciocínio anterior, se quando o sonho é realizado, o resultado é felicidade; quando o sonho não se realiza, temos o oposto. Uma desgraçada de uma tristeza!
Os sonhos na vida adulta já não se realizam tão facilmente. Somos exigentes de mais!
Quer saber a diferença disso tudo?
Olhe para as crianças. Olhe para os adultos.
Diga-me, onde você vê felicidade?

Vamos continuar criando sonhos ridículos até quando?
Alimentando pobres esperanças que só alimentam sofrimentos.
Chegar num ponto e dizer: "eu desisto!"
Oh, desgraça, onde você viu motivo para essa palavra ser dita?
Não acredita que seus sonhos podem se realizar, não é?!
Bom, pessoas normais costumam dizer isso quando nem ao menos lutaram.
Como diria o velho russo, as pessoas normais desistem ao dar com a cabeça no primeiro muro que encontram, e aí voltam.

Diante disso encaro duas alternativas:
1)Destrua esse muro;
2)ou antes disso, nem ao menos construa esse muro.

Bom, sempre dou as coisas muito "mastigadinhas" para vocês aqui.
Dessa vez não. Interpretem essas duas alternativas como quiserem.

Eu, ao menos, vejo uma vasta interpretação disso, que pode gerar raciocínios incríveis sobre o tema. Se você está achando idiota eu propor essa interpretação, desculpe-me, eis aí seu muro, vire as costas para ele. Volte ao seu ponto incial. Desista!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Estatísticas

Sobre o último post:
Veja só, recebi um e-mail no total!
E foi sincero, ganhou meu respeito. Ninguém quis me zuar.
E pior...
Ninguém quis comprar minha guitarra, ainda.

Ah
até quando todos os números serão exatos?
será que não deixaram de ser no próximo minuto?
Afinal, se era exato no minuto passado, já pode estar errado para este.

Enfim, chega de perguntas e pirações.
Afinal, essa semana foi pesada!
Mas isso já não importa mais, amanhã estarei sentindo o vento fresco na cara.
Estarei tentando morrer afogado.
Teremos também muitos chocolates, coelhos, ovos, peixes, jesuses e tudo que se possa imaginar.

Ahhh, como um feriado pode mudar a vida de uma pessoa, não é?!
Mas garanto que a minha ele não será capaz de mudar.
Isso é bom... Chega de mudanças!
Já é difícil adaptar-me assim, imagine com uma nova mudança?

As pessoas, na verdade, sempre querem mudanças, mudanças, mudanças...
Por que? Se cansaram da realidade? Ou nunca se acostumaram a ela?
Se acostumarão com as mudanças?

Enfim, novamente as interrogações não viram exclamações.
Apenas me resta interrogações e reticências...
Mas não quero um ponto final mesmo, pelo menos por enquanto, prefiro as vírgulas.
Assim terei mais continuidade, ou as reticências, que me fazem ir tão longe...
Para que um ponto final? Será o fim assim tão necessário?
Ou será que não...
Bom, apenas digo uma coisa, para mim, no fim não há um ponto final, mas uma enorme interrogação.

]?

domingo, 28 de março de 2010

Hoje será tudo diferente, meus amigos!

Hoje vou mudar meu estilo de escrita, está vendo o modo que estou escrevendo agora e escrevi nos últimos posts?
Muito bonito? Irônico? Depressivo? Louco? Revoltado? Enfim... Hoje, a partir do próximo ponto final, será diferente.

Porra, hoje me decepcionei com a raça humana! Haha, sim, isso é muito engraçado!!!!
Serei o mais sincero possível hoje, não que eu não seja sincero nos outros dias, mas hoje serei o mais direto possível.
Afinal, gostaria que vocês todos aí que lêem essas merdas que eu escrevo fossem mais sinceros comigo também! Na verdade, nem sei quem são vocês. Uma meia dúzia(muito menos que isso) se identifica, o resto fica por trás das cortinas. E pior, tiram conclusões de mim a partir dessas leituras!
A algumas semanas atrás eu estava pensando em escrever aqui uma coisa que acabei não escrevendo. É uma proposta para vocês, fortes leitores dessas grandiosas merdas:
Mandem-me um e-mail! A maioria de você me conhecem e tem meu e-mail, se não tem o problema é seu, não me mande! Enfim, inclua nesse e-mail um posicionamento seu, seja sincero, fale o que você pensa, xingue-me, diga que me ama, haha, ria de mim, ria comigo, enfim, diga o que passa na sua cabeça, se você tiver uma!
Tenho a absoluta certeza que receberei ao menos um e-mail "zoando" comigo, vindo de algum amigo mais próximo. Não tenho esperanças de receber e-mails na verdade, mas pode ter certeza, a pessoa que me mandar um e-mail, nem que seja dizendo "Marcelo, você é um merda!", ganhará um respeito enorme de mim. Estou falando sério, mesmo que essa pessoa diga que me acha um lixo, que não tem respeito nenhum por mim. Eu darei meu respeito, pagarei um pau!

Hoje a tarde assisti um filme, muito bom filme, não vou dar o nome porque não estou afim.
Enfim, uma personagem do filme deu um tapa na minha cara. Na minha e na de toda a sociedade.
Bom, ela não era incluída na sociedade, poderia fazer isso. Fez um discurso de como as relações humanas são fúteis, inúteis...
Enfim, gostaria que todos percebessem isso. O quanto é nojento viver vendo isso de perto. Mas enfim, por enquanto eu continuo agindo futilmente, inutilmente, porque senão, como viverei?
Serei sincero com as pessoas? Olharei nos olhos de cada um? Tratarei cada pessoa como uma pessoa, e não como um objeto?
E daí? Essas mesmas pessoas não irão me tratar assim.

Retomando o último post que fiz no blog. Sobre estar apaixonado...
Pensei sobre isso...
E, admito, estou apaixonado!!
Quer saber por quem é? Maldita curiosidade, hein?!
Não se preocupe, eu direi, eu direi... Mas talvez você não saiba quem é.
Afinal, a maioria das pessoas não conhecem.
Estou apaixonado pela Vida!
Conhece?
Não, né!? Desconfiei. Poucos conhecem a Vida. Mas garanto pra vocês que Ela é ótima!
Não estou dizendo isso hoje, sempre pensei isso d'Ela. Hoje admito toda essa paixão.
Reconheço tudo que Ela faz, e beijo os pés d'Ela!

Na semana passada, andando pela praça Santos Andrade(e eu lá ando por outro lugar?), estava olhando meus pés, pisando naquelas pedras encharcadas de água por baixo. E, e... como é bom andar, ver milhões de pessoas ao redor, todas tentando fingir serem algo que não são, manter uma postura que não tem, fingindo não ter ninguém, além delas mesmas, na rua. Vendo tudo aquilo, parecia uma peça teatral. A maior peça de rua do mundo!!!!!!!!!!
Essas pessoas não conhecem a minha paixão, tenho certeza disso.
Para mim aquela peça era uma comédia, mas se eu desse uma gargalhada iriam me arranjar uma classificação: Louco.
Mas como eu sou apaixonado pela Vida, eu ri, sozinho, mas ri!

Afinal, louco é apenas mais uma classificação que podem me dar. Todos tem que ser classificados, alguns são depressivos, estranhos, felizes, chatos, introspectivos, extrovertidos, engraçados, bonitos, feios...
São apenas milhões de palavras, apenas palavras. Gostaria que ninguém, inclusive eu, soubesse soletrá-las.
Na verdade não posso falar mal das classificações, sou a favor de uma classificação. Por enquanto, no mundo, essa classificação é praticamente inexistente. Mas até minha morte vou ser um a defender essa classificação.
Isto é, classificar o outro como Pessoa.
Não sou o primeiro a falar disso, não sou nenhum um pouco genial para isso, na verdade não passo de um idiota.
Mas, enfim, já estou grato por me colocarem na classe dos idiotas.

De certa forma gostei do modo que escrevi hoje.
Não gostou? Achou que não mudei porra nenhuma em relação a outros dias?
O problema é seu! Quem disse que escrevo para que as pessoas leiam?
Sim, eu sei que você está pensando: "Idiota, então por que escreve num blog?"
Pelo mesmo motivo que o homem do subsolo escreveu suas notas.

Bom, hoje eu realmente me empolguei.
Para terminar gostaria de dizer uma coisa, algo que será o ultimato, será a frase do fim, o impacto, o ápice de tudo, o clímax, oohhh, como isso é importante que todos leiam!!!
Estou vendendo minha guitarra, uma Jackson R10, modelo Rhoads. Fabricada na Índia. Conversem comigo sobre preço.
(sim, foi tudo jogada de marketing)

domingo, 21 de março de 2010

e... e... e...

Um amigo leu o que escrevi abaixo e veio me dizer:
-Ratoeira. Você está apaixonado?
Apenas ri. Foi uma risada forçada, mas ri.
Disse que era apenas licença poética, para fugir da pergunta.
Mas veja só, pensei melhor na pergunta e...e...e...

Outro dia, conversando com outra pessoa, eu pergunto se estava tudo bem.
Ela me responde que estava, e pergunta de mim.
Respondi que estava normal. E recebo o comentário:
-Normal? Pelo que leio o que você escreve, você está morrendo!
Apenas ri. Foi uma risada forçada, mas ri.
Disse que era apenas licença poética, para fugir da acusação.

Oh, realmente, estou apaixonado.
Oh, realmente, estou quase cometendo suicídio.
Estava pensando em admitir isso, desse mesmo modo que fiz acima.
Mas parei para pensar e... e... Será que não seria mentira? Seria verdade?

Cheguei a um ponto onde
as perguntas param;
as respostas não continuam.
As interrogações transformam-se em reticências,
ao invés de exclamações.
Cheguei a um ponto onde não há ponto final

terça-feira, 16 de março de 2010

Ratoeira

Acabaram de avisar-me que terei problemas em breve.
Mas, enfim, já caí na armadilha; já pisei na ratoeira.

Olhando por outro lado, devo admitir algumas coisas:
Até que eu gostei de cair nessa armadilha!
O que estaria eu fazendo caso não estivesse preso nessa ratoeira?
Estou preso, bem preso. E ratoeiras foram feitas para machucar.
(e afirmo que realmente machuca!)

Mas além desse ferro que me fere,
além dessa mola que me prende,
há um queijo.
E quanto mais forte esse ferro rasga minha pele,
mais saboroso aquele queijo fica.
E eu alcançarei esse queijo, pode ter certeza disso.


Para concluir, novamente deixarei uma frase de um amigo, não o grande, mas um distante amigo:
"É bom porque está ruim. Seria melhor se fosse pior!"


(Texto dedicado ao André e a mim mesmo.)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Divagações de uma cabeça dolorida

Mais uma noite e eu escrevendo novamente.
Ah, como eu gostaria de saber o que realmente quero escrever, mas só fico escrevendo qualquer coisa até, quem sabe, chegar a um ponto certo.
Apesar de não gostar muito, no momento eu devo admitir que caí na livre associação freudiana.
Enfim, isso não vem ao caso agora.

Voltando ao ponto principal:
Apesar de ser mais uma noite escrevendo, essa não é uma noite comum.
Estou com uma dor de cabeça desgraçada, faz horas, e mesmo assim estou escrevendo em frente ao computador e ouvindo músicas russas.
Quanto a dor de cabeça, hoje eu me recusei a tomar analgésicos.
Bom, o fato de medicamentos nos "estragar" mais ainda e acelerar nossa morte é questionável.
Depois de não tomar meus analgésicos hoje, senti-me muito próximo da morte.
É claro que estou exagerando, mas como sofri.
Mas tudo isso me recorda o Homem do Subsolo: se não tomo meus remédios é por raiva de mim mesmo!

Mas não é de hoje que essas dores de cabeça me atormentam.
No mínimo duas vezes por semana ela me visita.
Já me falaram de stress, que pareço tenso ultimamente.
Nem sei o que dizer sobre isso, não me sinto tão tenso assim; mas ao mesmo tempo sinto que estou muito tenso.
Ahh, como doem minhas costas, meu pescoço... e isso é todos os dias!
Ahh, chega de queixas!!!!!!
Novamente isso me recorda o Homem do Subsolo: uso meus problemas para vangloriar-me. É aí que um homem pode encontrar prazer em uma dor de dente! Até em uma dor de dente! (Dor nas costas ou pescoço, no meu caso)

Chega de idéias do velho russo por hoje!
Ah, como estou perdendo tempo escrevendo isso.
Mas pelo menos estou fazendo. Não estou pensando em fazer.
Maldito momento em que pensamos em fazer as coisas. Em vários casos é exatamente nesse momento que perdemos a oportunidade de executar o que queremos.
Vai que resolvemos esperar, e nesse meio tempo morremos! Oh, morremos com um tiro no meio da testa, isso não interessa! O que de fato interessa é que perdemos a chance de executar o que queríamos e...e...e... o que foi da sua vida?
Por isso mesmo eu estava falando para um amigo meu outro dia, que se ele realmente quisesse fazer, que não ficasse se preocupando com o que outra pessoa pensaria, mas que simplesmente fosse lá e fizesse logo!(antes de morrer.)
É um bom conselho, não acham?
Mas eu já digo, eu estou esperando!
Esperando o que?
Ahh, se eu soubesse o que, eu não estaria esperando! Mas vou esperar, por mais alguns dias... talvez.
E se eu morrer?
Ahh, se eu morrer... eu morrerei!
Se houver alguns segundos para pensar, antes de meu coração realmente parar de bater, eu sentiria asco de mim mesmo, por ter esperado.
Mas mesmo assim, espero. Mas em breve farei...
Fará o que?
Ahh, chega de perguntas difícies!! Como diabos saberia o que farei??

Acho que isso já está num nível meio esquizofrênico, paro por aqui hoje.
Mas devo deixar uma frase que sempre ouço de um grande(de tamanho mesmo) amigo meu:
"Ahhhh, a que ponto chegamos!"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Em protesto

Hoje a tarde sentia-me tão feliz.
Não via tantos problemas.
Até tentei me lembrar de "coisas que me davam nojo",
mas eu via uma solução praquilo.

Enfim, até cheguei a pensar em escrever:
"Hoje estou tão feliz, e quando assim estou, nada tenho para escrever!"

Mas... o dia continuou, as coisas mudaram.
Ahh, nem entendo como eu pude me sentir daquele jeito, naquela hora.

Enfim, quando cheguei em casa já não podia mais escrever a mesma coisa.
Eu já estava pensando em novas coisas para escrever... Novas desgraças!
Mas não escreverei, só em protesto!
Vou guardar, mas não vou escrever.
Quem sabe outro dia...

somente por raiva disso tudo]

segunda-feira, 8 de março de 2010

Insônia

Felizmente já não sou mais aquele maldito idealista de 5 anos atrás;
Infelizmente já criei um pouco de noção da realidade;
Felizmente já percebi que não devo acreditar tanto nas pessoas;
Mas infelizmente ainda acredito muito nelas.

Ahh, que nojo de viver;
Nojo de ter que olhar para um "ser humano" nos próximos minutos;
Nojo de saber que "aquilo" não pensa em nada, a não ser em si próprio;
Nojo de saber que ainda confio "naquilo".

Mas ainda me resta um pouco de orgulho;
Um pouco de amor próprio.
...muito pouco....
Mas o suficiente para ter nojo de mim mesmo.

domingo, 7 de março de 2010

Quatro e dezesseis

Quatro e quinze da manhã, madrugada de sábado para domingo. Eu, sem horário para acordar, estava mergulhado em um sono maravilhoso. Sono que foi interrompido, um minuto mais tarde, pelo celular tocando. Ele estava ao lado de minha cama, em cima de um livro de psicologia, e fez barulho suficiente para que eu acordasse.
Logo pensei, ninguém me liga, nem durante o dia. Pois então quem estaria me ligando as quatro e dezesseis da manhã? Enfim, estava com muito sono para me questionar tanto, simplesmente atendi o celular com uma voz bem grave, típica de quando eu acabo de acordar.
-Alô?
-Oi! Esse é o telefone do guincho? - Perguntou o rapaz do outro lado da linha. E eu, já sabendo do engano, respondi:
-Não, esse é um telefone particular.
-Ah, desculpe, amigo. Obrigado. - Respondeu o rapaz.
Eu não tive forças para respondê-lo, então apenas desliguei o celular. Respirei fundo. Quando estava começando a pensar em reclamar de ter recebido uma ligação por engano as quatro da manhã, pensei: "Bom, eu acordei as quatro recebendo uma ligação por engano, mas pelo menos não estou na rua, tentando ligar para o guincho e ainda por cima com o número errado".
É, as coisas não estavam tão ruins assim. Dei uma rápida alongada nas costas, deitei-me, joguei o cobertor por cima da cabeça, como de costume, e rapidamente dormi.