sábado, 8 de maio de 2010

Hoje, com mais calma.

Vamos lá, mas vamos com calma.
Tudo o que escrevi aqui apareceu em minha cabeça e eu escrevi preciptadamente.
Podemos ver dois extremos, e vejo aí perigo.
Errei ao atingir os extremos. Se fui ao limite do negativo, ao limite do positivo, o que me resta?
Sim, ficarei com o zero.

Comentei sobre arriscar, sobre um tal de idealismo romântico.
Primeiramente sobre arriscar tudo, depois de não arriscar nada.
Ora, a vida em si é um risco, se eu não arriscar nada, não tiro meu pé de casa, não escrevo aqui.
Estou me expondo, de qualquer forma, isso é um risco!
Sim, existe o que eu metaforizei de roleta russa e não mudo minha opnião quanto àquilo.
Qual é a vantagem que posso tirar de uma roleta russa? Não há.
Então não tenho porque arriscar.
Não sejamos hipócritas, sempre procuramos uma vantagem no nossos atos e assim mantemos nossa sobrevivência.

O idealismo romântico.
Fui um tanto quanto ignorante! Como vocês não me corrigiram?
O que tem de idealismo no que eu disse inicialmente?
Pode-se retirar algo, mas pouco.
E se, ter alguma esperança de que a vida torne-se melhor é idealismo romântico, dê-me um tiro na cabeça!

Lendo um blog de um amigo essa semana, deparei-me com uma questão:
"O que ainda inventaremos para enganar a existência?"
Digamos que eu estava demasiadamente desesperado quando fiz meu comentário.
Mas a questão ficou em minha cabeça, e...
Ora, precisamos inventar mais alguma coisa?? A existência já não é enganada demais ?
Olhe envolta! Criamos cidades, educação, moral, conduta, ética, paixões, amores, relações familiares, e...e...e...preciso continuar?
Olhe para isso que citei e agora olhe seu animal de estimação.
Seja um gato, um cachorro, a aranha da parede ou o diabo... ele engana a própria existência?
Não. Ele vive, instintivamente.
E nós, vivemos, iludidamente.
Estou falando que devemos viver instintivamente?
-Não! Mas talvez seria mais simples.
Estou criticando nosso modo de vida?
-Talvez...Estamos quase chegando lá!
Não há nada de errado com o modo de vida "humano", com as relações familiares, amores, paixões(...), o problema está em quem vive esse modo de vida.
Se vivessemos instintivamente também geraríamos problemas.
E, sempre caio no que Dostoiévski diz: O homem é um ser bípede e ingrato.
Sempre estragaremos tudo.
O modo de vida talvez seja perfeito(não estou colocando em questão sistemas políticos, econômicos ou religiosos), mas a interpretação que alguns fazem dele o torna animalesco, selvagem, devorador e, na minha opinião, triste...muito triste!
Viver naquele constante jogo, procurar a vantagem que pode-se tirar.
Derrubar o oponente, utilizar uma estratégia para aliar-se a outro.
Você pensa que tem o domínio sobre tudo, que engana o outro, que assim terá tudo que quer e que é a partir dessas jogadas estratégicas que consiguirá o que quer.
Esse jogo engana. Engana os próprios jogadores.
No fim talvez você perceba que foi enganado por você mesmo e que, tentando não ser sincero com os outros, apenas faltou com a sinceridade para você mesmo.

Oh, as paredes do seu quarto e seu travesseiro que me digam se estou certo ou errado!
Quando você luta para não acreditar no que você sente, no que você tem medo!
Você não precisa admitir isso para mim, para ninguém. Apenas para você mesmo.

Tudo isso que escrevi, isso de a pessoa estar sempre fantasiando, jogando, enfim, sendo o que não é e tratando os outros falsamente, me lembrou uma frase de Werther, que por sinal me chamou muito a atenção, justamente por bater nessa tecla das relações humanas:
"Tenho vontade de rasgar o peito e estourar o crânio quando vejo que significamos tão pouco um para o outro!"

Enfim, minha cabeça não está mais saindo do lugar, vou parar por aqui.
A chuva cai suavemente, perfeito para dormir.
Estou, de certa forma, em privação de sono... E agora percebi que é mais tarde do que eu imaginava.

Com um texto resgatando tantas coisas, sinto-me no dever de passar as referências:
-Blog The Darkest Star (Cristiano Tulio): http://thed-star.blogspot.com/
-Записки из подполья(Memórias do Subsolo). Dostoiévski, Fiódor. 1864.
-Dei Leiden des Jungen Werthers(Os Sofrimentos do Jovem Werther). Goethe, Johann Wolfgang von. 1774.
-Posts antigos deste mesmo blog.
(Desculpem-me por não estar normatizado, haha)

Um comentário:

  1. Pois então... discorreu exatamente sobre onde eu queria chegar. Já nos enganamos para que não reconheçamos o tédio que é a vida, na realidade. Necessário, porém, devastador, quando paramos pra refletir sobre.

    Valeu pela referência, hua! :)

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Mi infierno es su infierno!