domingo, 4 de novembro de 2007


O crepúsculo é a parte mais escura do dia. Sim, bem mais que as madrugadas inteiras. Talvez pela minha rabugentisse (segundo terceiros) que impede que fechem as janelas ou acendam as luzes nesse momento de troca de dia por noite.

Claridade frouxa, acompanhada de ninguém e com um som de silêncio escolhido a dedo. Perfeição. Não preciso de preocupações, o dia está indo embora. Não posso me agitar e expandir a energia, a noite ainda não chegou.

Posso pesar o que passou e planejar o que virá. O meio. O intervalo. A segunda chance.

Segundas chances... engraçadas, não?! Esperamos penosamente que outros nos dêem enquanto elas vivem nas nossas mãos. Você pode se dar uma segunda chance. É. Engraçado. Pôr a vida em tantas outras mãos até esquecer da autonomia, ou talvez nunca conhecê-la!


O crepúsculo não é engraçado. Não que seja desprovido de graça, mas é muito mais que os vícios de vida humanos. Imagino a vida daqueles que fecham as janelas antes de o Sol ir embora, aqueles que acendem as luzes e continuam a ver televisão. Deve haver um vazio em alguma parte deles, ou melhor, dois. Um abstrato que não me darei ao trabalho de explanar aqui e outro no bolso, pois as contas de luz devem ficar mais caras.

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Mi infierno es su infierno!